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 ESCOLA NATUREZA









Material de Apoio

 

 

COBERTURA VEGETAL

 

 

Obs: esta é uma maneira bem simples, que pode ser utilizada como ferramenta didática, para estudos iniciais ou bem gerais, sobre a cobertura vegetal

 

I - FLORESTAS: elementos arbóreos

II - CAMPOS: gramíneas/ arbustos

III - DESERTOS: sem cobertura vegetal contínua

 

I - FLORESTAS

 

A - Taiga ou Floresta de Coníferas

v     Localização: restrita ao Hemisfério Norte, abaixo do Círculo Polar Ártico.

v     2 estações bem distintas: Inverno (rigoroso → neve/gelo) predomina sobre o verão (chuvas escassas, mas bem distribuídas)

v     Solo: descongela- se no verão o que permite o crescimento de raízes profundas

v     Vegetação rasteira é pouca, copa dos pinheiros reduzem a incidência de luz no solo, e ocorre alelopatia.

v     Elementos arbóreos: abetos, pinheiros, cedros.

o        folhas miúdas em forma de espinho → adaptação à escassez de chuvas e congelamento; espessa camada de cortiça → proteção do tronco das árvores.

v     Animais: predominância de aves, que no inverno migram para o Sul; mamíferos como o alce, urso, raposa, lobo. A maioria no inverno hibernam.

Ameaça: exploração/devastação da madeira (grandes árvores); chuva ácida.

 

B - Floresta Temperada

v     Clima: temperado; 4 estações bem definidas;

o       Inverno: pode nevar muito, mas a neve derrete rapidamente e, raramente cobre o solo durante toda a estação, mas, o frio dificulta a absorção de água pelas raízes, criando condições semelhantes a uma seca, o que provoca perda de folhas.

o       Verão: calor e umidade elevados

o       chuvas suficientes (100 cm/ano) e bem distribuídas.

v     Vegetação: densa, 3 estratos → 2 arbóreos e 1 arbustivo.

o       predominam dicotiledôneas: Faia, Nogueira e o Carvalho.

v     Animais: grande variedade de insetos e aves, pequenos mamíferos roedores como, os esquilos e grandes predadores como, o lobo e urso.

v     OBS: por ter sido o berço da moderna civilização ocidental, as florestas temperadas do Hemisfério Norte foram intensamente degradadas desde o séc.XVII, pelo uso da lenha como fonte de energia.

 

No Brasil:

v     é representada pela Mata de Araucária, na Mata Atlântica (15% do território brasileiro)

v     Ocorrência em áreas elevadas com altitudes acima de 1.000 metros,  característica esta, que a aproxima da Floresta Temperada.

v     Estrato arbóreo: o Pinheiro-do-Paraná é a espécie dominante (25 a 30m. de altura) e, é o único estrato arbóreo;

v     Estrato Arbustivo/Herbáceo→erva mate: podada para chimarrão.

v     Plantas típicas: Imbuia, Canela, Perobeira, Samambaiaçú (xaxim), Taquaras, Musgos e Líquenes.

v     Animais: alimentação - pinhões: gralhas-azuis, papagaios, maritacas, macacos bugios, esquilos e outros roedores.

v     Ameaça: grande devastação (madeira/celulose): pode provocar enchentes

v     Reflorestamento: feito com espécies exóticas (estrangeiras), de rápido crescimento →Pinus e Eucaliptos: → descaracteriza região, portanto, provoca desequilíbrio no ecossistema, por falta de alimentação dos animais (pinhões) e por exaurir o solo.

 

 C - Floresta Tropical

v     Entre os trópicos;

v     A Floresta é escura, quente e úmida;

v     Não existe quase diferença entre as estações do ano;

v     Chuvas abundantes (300 cm/ano) e, praticamente diárias;

v     Alta energia radiante;

v     Vegetação: é de nítida estratificação vertical, com no mínimo 3 estratos, cada um deles apresentando um microclima, fauna e flora específicos e adaptados. Não há uma espécie dominante embora, tenha grande diversidade: Castanheiras, Guaranás, Seringueiras, Palmeiras, Samambaias, Cipós e Epífitas (bromélias e orquídeas).

o       Plantas dos estratos inferiores  → realizam Fotossíntese com pouca luz (500 vezes menos que no dossel), portanto o estrato herbáceo é pouco denso.

o       Há muita queda de folhas e deposição de matéria orgânica sobre o solo, freqüentemente pobre e fino, que sob a ação de decompositores, formam húmus, que é rapidamente reciclado neste sistema para sustentar a grande biomassa existente.

v     Animais: Arborícolas e Aves, encontram alimento na copa das árvores. Há grande abundância de répteis e anfíbios, característicos de ambientes úmidos. Nas Florestas Asiáticas e Africanas, encontram- se animais de grande porte, na Amazônia somente de pequeno porte.

 

Floresta Amazônica:

 

v     É a maior área contínua de Floresta Tropical do mundo, com aproximadamente 3,5 milhões Km2.

v     Característica mais marcante e menos conhecida é a heterogeneidade, tanto na comunidade vegetal, como no tipo de solo e microclima.

v     Nada mais falso do que imaginá- la como um grande e uniforme tapete verde,  cobrindo apenas solos pobres e arenosos; há grandes manchas de terra fértil  (terra roxa);

v     A planura do seu relevo é quebrada por várias Serras, com mais de 500 metros de altitude. Ë no meio dela que se encontra o ponto mais alto do Brasil: Pico da Neblina, com 3.014m de altitude.

 

Mata Atlântica:

v     Recebe ventos carregados de umidade do oceano, que se condensa, e, precipita na forma de chuva, ao subir a Serra.

v     Com isso, criam- se condições de umidade e temperatura adequadas para o surgimento de vegetação semelhante à Amazônica, estratificada.

v     Devido a esta semelhança, supõe- se que estes Biomas já estiveram unidos em eras geológicas passadas. Atualmente, a principal diferença esta na topografia, mais íngreme e escarpada na Mata Atlântica.

v     A fauna e flora, embora parecidas com a Amazônia, tem espécies endêmicas que a caracterizam: Pau-brasil: quase extinto; Jequitibá, Canela, Jacarandá, Sucupira e Cedro → madeiras nobres devastadas;

v     Presença de Palmitos, Quaresmeiras, Samambaias (Samambaiaçú), e Musgos.

 

O Mangue:

 

v     É um tipo particular de Floresta Tropical;

v     Encontrada no litoral, próximo a estuários, sob os domínios da água salobra e

v     com temperatura elevada (27ºC);

v     É muito úmida (170 a 200cm/ano ); e com intensa luminosidade

v     O solo é lodoso, salino, alagado e pobre em O2 → fator limitante;

v     É um dos Biomas mais produtivos do mundo

v     Vegetação: pobre em espécies, mas altamente adaptadas → caules de crescimento negativo, raízes respiratórias, aéreas, e, com capacidade de eliminação de sal pelas folhas;

v     Grande importância ecológica → “Berçário” de varias espécies, como peixes, crustáceos e aves que se reproduzem ali. A riqueza dos nutrientes de suas águas e do lodo (decomposição no solo), cria grande produtividade, sustentando uma cadeia alimentar de 2/3 dos peixes da região costeira.

 

Ameaças:

v     Países que abrigam Florestas Tropicais → em geral, em processo de desenvolvimento com crescimento de população humana. Por esta razão, a partir da segunda metade do sec.XX, sofreram severo processo de degeneração e desmatamento ao tornarem-se novas fronteiras agrícolas e fonte de madeira para combustão e construção.

v     Como, grande parte destas florestas estão sobre solos pobres, elas se mantém graças a uma fina e rica camada de húmus. A retirada da cobertura vegetal, acelera a erosão e a lixiviação do solo, tornando-o inapto tanto à agricultura quanto ao reflorestamento (restauração de sua vegetação original).

v     Mata Atlântica → Colonização européia → retirada de riquezas:-

o       retirada maciça do Pau-brasil (sec.XVI);

o       monocultura canavieira no nordeste sec.XVI a XVIII → dizimou a floresta, de Pernambuco ao Rio Grande do Norte.

o       Atualmente → Loteamentos clandestinos, turismo predatório, pólos industriais (Cubatão - chuvas acidas), extrativismo vegetal do palmito e de plantas ornamentais  e exóticas, como as orquídeas.

o       Manguezais: Desmatamento e aterros → Instalação de projetos imobiliários; deposito de lixo e esgotos (sul da Bahia e Baía de Guanabara).

 

II – CAMPOS

 

v     Um único estrato de vegetação, geralmente baixo.

v     Os campos são uma resposta a condições de baixa disponibilidade de água e carência de nutrientes no solo (em geral, argilosos ou arenosos), daí a grande variedade de tipos de campos, cada um com sua comunidade adaptada às condições locais.

v     Podem ser: - Temperados (campos limpos ou campinas) ou Tropicais (campos sujos).

 

Campos Temperados :

 

v     Seus nomes variam de acordo com o continente:

o       Pradarias- na América do Norte:

o       Estepes - na Ásia;

o       Pampas - (ou Campanha) na América do Sul.

v     Lembram um imenso capinzal, porque sua vegetação é basicamente de gramíneas não muito altas, portanto, bom para a pecuária.

 

No Brasil - são pastagens → pampas

 

v     Vegetação: gramíneas dos tipos: andropagon, briza, poa e estipa.

v     Arvores só ao longo dos rios e arroios → Mata Ciliar, predomina o Sarandi, a espinhenta unha-de-gato e o salgueiro.

v     Animais: Não abrigam predadores de grande porte, as maiores espécies são o gato-pampa, o guaximin e o zorrilho (raposa). Grande quantidade de animais cavadores tais como: o  tatu  e roedores. Aves: marrecos, tachã e o chimango carrapateiro.

v     No Nordeste brasileiro, encontra-se um bioma peculiar, a Zona dos Cocais, por ser formada por uma vegetação uniforme de vários tipos de palmeiras, altamente utilizáveis como: o Babaçu, a Carnaúba e o Buriti. Estas palmeiras são utilizadas para extração de óleos e ceras, como remédios e para construção.

 
Campos Tropicais

v     Seus nomes variam conforme o continente:

o       Cerrados - América do Sul

o       Savanas - África e Austrália

 

v   Vegetação: Estrato herbáceo continuo com muitas gramíneas e um estrato arbóreo-arbustivo, com indivíduos espaçados entre si

v   Fauna: compreende alguns dos maiores mamíferos conhecidos, como o canguru, veado, leão e o elefante. As aves típicas são o avestruz e a ema. Os insetos mais abundantes são as formigas, gafanhotos e os cupins (mais ativos no verão). Os répteis são mais ativos na estação de seca.

v   O índice pluviométrico é de 100 a 150cm/ano. Seu inverno (março a agosto) é muito seco e, as chuvas no verão não são uniformemente distribuídas. Daí a grande tendência ao favorecimento de incêndios → Fogo, como importante fator ambiental

v   O solo do cerrado é pobre, arenoso e profundo atingindo mais ou menos 22m. Lençóis Freáticos são abundantes, mas muito profundos, o que dificulta a absorção de nutrientes pelas raízes. Isto caracteriza uma comunidade vegetal com aparência de ambiente seco quando na verdade, a água é abundante.

v   Suas arvores tem troncos tortuosos , casca grossa, cortiça e perdem as folhas no auge da estação seco. Estrato herbáceo è abundante em gramíneas.

 

No Brasil

v     A flora arbórea tem cerca de 600 espécies diferentes, como o Angico, a Caviúna, o Pequi, o Barbatimão e o Ipê-do-cerrado (arvore símbolo do Brasil).

v     O estrato herbáceo tem aproximadamente 1200 espécies, sendo as mais comuns: o capim barba-de-bode, o capim flecha e o cajueiro-do-campo.

v     Ao longo das margens dos rios, encontra-se uma mata ciliar  ou de Galeria, onde a vegetação arbórea é mais rica e densa devido a disponibilidade da água superficial no solo.

v     Fauna é bem variada: lobo-guará, veados-campeiros, tamanduá-bandeira, tatu-canastra, papagaios, gralhas-do-campo, jararacas, e candangos. O inseto mais marcante é o cupim.

 

O Pantanal

 

v     Campo tropical inundável, bacia do rio Paraguai, com intensas chuvas (outubro/março) que alagam a região. Quando as águas abaixam, deixam um solo fértil e muitas lagoas perenes formando baías de população local.

v     Vegetação: é uma das mais complexas, tendo desde espécies do cerrado, mata ciliar, até espécies da floresta amazônica: é um verdadeiro resumo da vegetação brasileira.

v     Fauna: muito diversificada; tem muitas espécies de aves → maior diversidade de aves do mundo.

 

Áreas Litorâneas

 

o       Zona de maré

o       Duna Anterior → espécies adaptadas ao excesso de sal e sol:  Capotiraguás, Cipós:Salsa-da-praia;

o       Duna Posterior → Vegetação mais densa  e arbustiva: Dalbergia, Maçãzinha-da-praia  e orquídeas;

o       Restinga → vegetação mais densa, mais alta e arbórea, indo até  o sopé da Mata Atlântica, na Serra do Mar. Tipos: Palmeiras, Ipês, Figueiras, Imbúias, Samambaias, Orquídeas, Bromélias, Antúrios e Liquenes.

 

Ameaças:

·Fertilizantes → nova fronteira agrícola;

·Destruição da fauna e flora;

·Prática abusiva de queimada → excesso, transforma em desertos;

·No pantanal, o garimpo polui os rios com mercúrio.

 

 

III - DESERTOS

 

v     Não é apenas aquela paisagem de filme, com imensas dunas de areia e sem vegetação;

v     Possuem vegetação rala, com predomínio de espaços vazios e com alelopatia, diminuindo a competição por água e espaço.

v     As plantas do deserto têm crescimento rápido, logo após o período de chuvas. Tem caule suculento, folhas transformadas em espinhos e raízes crescem mais horizontalmente para aproveitar a água antes que seque. Tipos: Cactos, Acácias, arbustos espinhentos, musgos e liquenes;

v     Encontramos desertos em todas as latitudes, pois a sua existência é determinada pelo regime de chuvas.

v     Solo arenoso muito lixiviado e salino, pela ação da circulação atmosférica que traz massas de ar seco.

v     Fauna: nos desertos asiáticos e norte-americanos, encontra-se roedores (rato-canguru, hamster), pássaros corredores e répteis (principalmente lagartos). Vários insetos e seus predadores, os escorpiões.

 

A Caatinga Nordestina

v     Representando 11% do território nacional, é considerada um tipo de deserto porque sua vegetação é rarefeita e adaptada a poucas e irregulares chuvas (20 a 60cm/ano). Durante a longa seca, as arvores perdem suas folhas, predominando tons claros → do tupi-guarani, Caa = mata e Tinga = branca.

v     Ervas, somente no período das chuvas. Espécies típicas: Bromélia (macambira), cactos (xique-xique, coroa-de-frade).

 
Tundras

v     Nem todos os desertos são quentes. A tundra e as altas montanhas do Tibete (Ásia), caracterizam-se por possuir duas estações: Inverno muito longo  e frio, com noites contínuas e, Verão curto e pouco quente.

v     Possui subsolo permanentemente congelado, impossibilitando o crescimento de raízes profundas;

v     Poucas Chuvas no curto verão - 3 meses;

v     Vegetação: Pequeno porte, gramíneas, poucos arbustos e grandes camadas de liquenes e musgos.

v     Fauna: poucos animais permanecem o ano inteiro, como as renas e os lemingues; a maioria é migrante,como ursos, martas  e marmotas.

 

Ameaças:

·Como é um ambiente inóspito, chama pouca atenção do homem, portanto, sofrendo um menor impacto ambiental, exceto por testes nucleares e, no caso da tundra, pela exploração mineral e do petróleo.

 

Comentário:

 

Muitas vezes os desertos representam o ponto final da degradação de biomas naturais.

 

Ex: - O deserto do Saara →  Na época do Império Romano (2000 anos atrás),  parte do Saara era recoberto por vegetação semelhante aos campos tropicais, mas, o corte dos arbustos e de árvores para a lenha, e a introdução de carneiros (que pastam arrancando a vegetação e não cortando-a), promoveu a grande expansão do deserto,  transformando-o no que conhecemos hoje.

 

“Este é um exemplo de como o ambiente não deve ser manejado”

 

Profª Drª Amélia dos Santos

 

 

 

 

 

 

RELATANDO SEUS RESULTADOS

 

Ninguém pode lhe dizer exatamente como relatar os resultados do seu projeto. Não existe uma única e melhor forma de relatar uma investigação científica. Cada projeto tem suas próprias exigências, cada cientista tem o seu próprio estilo e cada audiência apresenta diferentes interesses e necessidades. Como investigador, você pode relatar os seus resultados da maneira que achar mais apropriado.

No entanto, é importante para os seus leitores que seus resultados sejam apresentados de um modo lógico e forneça-lhes as respostas que necessitam, de forma mais rápida e indolor possível.

Não importa se o seu relato está sob forma escrita ou de apresentação oral, ou um visual utilizando esquemas e pôsteres. Sua audiência espera que lhes conte, de uma forma ordenada, por que você realizou sua investigação, o que e como fez, que resultados obteve e a que conclusões você chegou.

O RELATÓRIO ESCRITO

Em primeiro lugar, observamos os ingredientes de um relatório escrito.

As partes básicas que deve conter um relatório escrito, de um modo geral, são as que se seguem:

SUMÁRIO

INTRODUÇÃO

MATERIAL E MÉTODOS

RESULTADOS

DISCUSSÃO (OU RESULTADOS E DISCUSSÃO)

CONCLUSÕES

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS (OU BIBLIOGRAFIA)

FIGURAS (estas podem estar distribuídas ao longo do texto ou agrupadas no final do relatório)

Surpreendentemente, embora os relatórios sejam impressos nesta seqüência geral, raramente são escritos ou lidos nesta ordem! A maioria das pessoas que procuram informações sobre um tópico em particular não irá iniciar a leitura do começo: lerão primeiro as Conclusões e o Sumário, para procurar rapidamente o que foi feito e se os resultados da investigação poderiam ser interessantes ou úteis para elas. Se o leitor considerar o trabalho interessante, então poderá ler o resto do relatório em qualquer ordem, por exemplo, as Figuras, em seguida os Resultados e Discussão e a Introdução e os Métodos por último.

O pesquisador/cientista pode escrever a seção de Material e Métodos primeiro e, em seguida, a de Resultados e Discussão. Então, estas seções podem ser utilizadas para escrever as Conclusões. A Introdução e o Sumário provavelmente serão escritos por último, muito embora estejam no início do relatório acabado.

Abaixo, seguem algumas sugestões do que seria colocado dentro de cada uma destas seções:

INTRODUÇÃO. Nesta seção, o investigador introduz o projeto à audiência. O autor pode levar o leitor a se atualizar no status do problema que escolheu investigar ou que tipo de trabalho foi realizado anteriormente sobre o assunto. Então, o problema investigado pode ser descrito, assim como apresentado um delineamento muito breve do modo como foi investigado.

MATERIAL E MÉTODOS. Esta seção descreve os métodos e os materiais (espécimes e equipamento) utilizados na investigação. Deve-se incluir detalhe suficiente para que um outro pesquisador possa repetir seus testes se assim desejar, ou possa checar seus resultados, realizando a investigação de um modo diferente, se considerar apropriado (em geral, a ciência não aceita novas descobertas até que tenham sido confirmadas por pelo menos mais um investigador). Nesta Seção, são bem vindas fotografias ou diagramas do material utilizado.

RESULTADOS E DISCUSSÃO. Nesta seção (ou em duas seções distintas), o investigador apresenta os resultados obtidos. Estes podem estar em forma de tabelas ou gráficos. Deve apresentar não somente os dados básicos, mas também as comparações e as análises que mostrem os significados dos resultados. Estas informações devem ser descritas e discutidas com detalhe suficiente para fornecer ao leitor a informação necessária para seguir suas análises e compreender suas conclusões.

Se necessário, esta seção pode ser decomposta, utilizando-se subitens para tópicos individuais. Por exemplo:

¨     Medidas das velocidades do automóvel

¨     Medidas das velocidades dos caminhões

¨     Medidas em diferentes horas do dia

¨     Médias das velocidades dos veículos

Os subitens podem ser utilizados em qualquer área do seu relatório onde forem de auxílio para a melhoria da organização ou para que o leitor possa seguir ou encontrar o que procura com maior facilidade.

CONCLUSÕES. Se a seção anterior foi examinada adequadamente, as conclusões tiradas podem ser extraídas (frequentemente, palavra por palavra) da discussão e listadas aqui. Se não houver possibilidade de definir conclusões individuais claras, pode-se redigir afirmações mais gerais numa seção chamada de Notas Conclusivas (Concluding Remarks).

SUMÁRIO. Se você completou as seções descritas acima, agora tem material para preparar o item mais curto do seu relatório, o Sumário. Em poucas frases, deve descrever o que fez e a que conclusões chegou. Esqueça dos detalhes. Se o leitor estiver interessado, após a leitura do seu Sumário, poderá encontrar os detalhes em outras seções. Sua incumbência aqui é fornecer ao leitor um esboço rápido do relato completo, em um ou dois parágrafos curtos. Se você fez bem o seu trabalho nas outras seções, o material necessário aqui pode ser tirado delas e, às vezes, novamente, palavra por palavra.

Naturalmente, você vai querer colocar, no início do seu relatório, uma página de rosto, apresentando informações como título do seu projeto, os autores, o local e a data. Se o seu relatório for longo, pode incluir uma lista de conteúdos (índice) após a página de rosto. Nela você deve colocar os títulos dos capítulos e as páginas.

Um bom relatório nem sempre é fácil produzir, mas a tarefa será facilitada se a sua investigação foi bem feita e você investiu muito pensando nela.

É quase desnecessário dizer que é preciso utilizar corretamente a gramática, a pontuação e a ortografia. Os erros de redação não são mais ou menos aceitáveis do que os erros aritméticos. Não tenha a esperança de produzir um bom relatório a partir de apenas um rascunho. Deixe o seu “rascunhão esfriar” por alguns dias e, então retome-o criticamente. Trabalhe novamente ou redija novamente as áreas que necessitam de atenção.

Um relatório digitado apresenta diversas vantagens: é mais claro, mais atraente e mais fácil de ler. Um editor de texto é especialmente valioso para estes trabalhos, pois lhe oferece a capacidade de rearranjar e alterar seu texto com facilidade. Fotografias de equipamento, espécimes relativos a qualquer fase da sua investigação serão um ponto positivo para o seu relatório. Se você não possui um equipamento fotográfico adequado, procure um amigo ou um fotógrafo amador que o possua. Muitos deles ficarão felizes com a oportunidade de se exercitar, ajudando-o, fazendo fotos para o seu projeto. Coloque fotografias no seu relatório sempre que necessário. Certifique-se que sejam claras, nítidas e corretamente expostas.

Se necessitar de diagramas do equipamento ou da montagem de um experimento, faça primeiro um esboço a lápis, antes de criá-la com o uso de alguma ferramenta (informática ou outro tipo de equipamento). Faça a sua redação simples. As seguintes sugestões devem ser lembradas:

¨     Faça sentenças curtas.

¨     Prefira o simples ao complexo.

¨     Utilize palavras familiares; evite palavras desnecessárias

¨     Atenha-se à experiência do leitor e utilize termos que estes possam compreender e visualizar rapidamente.

¨     Escreva como se fosse falar. Para testar o que escreveu, leia em voz alta. Se for difícil, ou soar obscuro ou verborrágico, reescreva.

¨     Utilize-se amplamente de variedades de termos, mas escolha o termo técnico preciso, mesmo que seja necessário repetir.

¨     Acima de tudo, escreva para se expressar e não para impressionar.

 

Lembre-se que você é a autoridade em relação ao seu projeto. Você sabe mais sobre ele do que qualquer outra pessoa do mundo. A sua incumbência em relatá-lo a seus leitores, audiência ou examinadores é a de transmitir a eles da forma mais simples, concisa e rápida possível. Pegue-os pelas mãos e os guie através daquilo que você quer que eles saibam.

Fonte: SMITH, N.F.  1990  How to do successful science projects.  Englewood Cliffs, Julian Messner.  111p. (Capítulo 8, p.89-95)